Vernizes
Este é um tema que provoca discussões acirradas entre luthiers mundo afora…
Há aqueles que defendem a goma-laca (polimento francês) como único acabamento aceitável em violões de concerto, de outro lado há defensores de acabamentos diversos, como verniz poliuretano, laca nitrocelulose, poliéster, etc.
Minha preferência é o verniz poliuretano, embora tenha também opção de goma-laca somente no tampo.
Vejamos de forma muito resumida os principais argumentos que “fazem a fama” de ambos:
Goma-Laca
– Acabamento muito fino, não impede ou distorce a vibração da madeira.
– Proteção limitada. Por ser sensível à umidade, o contato com a pele e com suor causa manchas e alterações de textura e cor.
Verniz poliuretano
- Se aplicado em camada muito espessa impede a vibração da madeira, prejudicando sensivelmente a sonoridade do instrumento.
– Grande proteção. É impermeável. Com cuidados mínimos apresenta uma enorme durabilidade.
Minha opinião:
Mais importante do que propriamente o material, é a aplicação.
Muitos fabricantes de violões de série utilizam o verniz poliuretano – e outros – com a única preocupação de conseguir um acabamento bonito. Para tanto, basta aplicar diversas demãos do produto. Este é o caso em que a camada fica muito espessa.
Em instrumentos musicais, entre cada demão, deve-se lixar o verniz até removê-lo totalmente da superfície da madeira, restando somente material para preencher os poros. Quando os poros estiverem preenchidos deve-se aplicar uma única camada fina, seguida de polimento.
Isto resulta num belo acabamento, com alta capacidade de proteção e, ao mesmo tempo, muito leve e flexível.
Esta é a técnica que utilizo em meus instrumentos, com opções de acabamento brilhante ou fosco.
De qualquer forma, como já disse, tenho a opção de goma-laca no tampo somente.